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Sabrina Gama

Sabrina Gama

25/05/2021

Nos dias de hoje, grande parte das ações voltadas para melhorar a infraestrutura das três esferas governamentais (Federal, Estadual e Municipal) está sob responsabilidade da iniciativa privada. E essas, agora, concessões, já eram ativos existentes antes das concessões e tinham sua produção documental.

Com as Concessionárias assumindo a administração dos negócios, fica sempre o questionamento “como será que estão gerenciando os documentos oriundos do Poder Concedente?” e “Como a Concessionária pretende fazer a gestão dos documentos durante o período de concessão?”

Para os conhecedores dos trâmites, é possível afirmar que essa não é uma preocupação na hora de fechar o negócio.

Para uma concessão existir, ela precisa atender a diversos requisitos, previstos em um documento chamado Contrato de Concessão e que é composto por diversos anexos. Dentre esses anexos, podemos destacar o que fala dos Investimentos que deverão ser feitos pela Concessionária ao longo dos anos de exploração da concessão e, o anexo que fala sobre a Manutenção e Operação do ativo, este também vigente durante todo o contrato de concessão.

Ao analisarmos o período de concessão, podemos verificar o quanto a massa documental vai crescer ao longo do contrato.

Para isso, deixo um exemplo simples: em uma rodovia de 900km, podemos ter manutenção em cada um deles, previsto em contrato de concessão. Imagine que seja necessário realizar a entrega de um relatório por km ao mês: teremos 900 relatórios de uma vez só. Se imaginarmos um contrato de 20 anos, teremos o seguinte panorama:

900 relatórios/mês x 12 meses = 10.800 relatórios/ano
10.800 relatórios/ano x 20 anos = 216.000 relatórios ao longo do período de concessão.

Soma-se a isso, as revisões desses documentos,  seu envio por e-mail, as impressões, as versões salvas nos computadores pessoais.  

Percebam que estou falando somente de um tipo documental.

E não podemos esquecer da massa documental que veio no pacote de concessão, que se consideramos um panorama de 10 anos de existência do ativo, a nova concessão já recebe, de um único tipo documental (vou usar o exemplo do relatório de novo): 108.000 relatórios de manutenção.

E é neste momento que as empresas, em sua grande maioria, pecam por não terem uma política de arquivos, com normas, procedimentos e instrumentos que embasem a gestão de documentos.

Como evitar o problema

A concessionária pode evitar o problema se considerar, na leitura do edital e do contrato de concessão, as cláusulas que falam sobre arquivo e inventário de documentos (nem sempre o termo gestão de documentos é utilizado).

Trago dois exemplos sobre isso, um de início e outro de devolução de concessão:

Fonte: Contrato de Concessão do MetrôRio disponível no link:

http://www2.agetransp.rj.gov.br/documents/10181/54877/CONTRATO+DE+CONCESSÃO+-+MetrôRio+-+31-03-1999.pdf/be7fe265-4d84-4519-8099-15644da76628

Fonte: Resolução 5926, de 02 de fevereiro de 2021, disponível no link:

https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-5.926-de-2-de-fevereiro-de-2021-302052283#:~:text=Art.,Art

Concessionárias preparadas e organizadas para a gestão de documentos, além de realizarem entregas de valor para o Poder Concedente, também conseguem ser mais ágeis, produtivas e assertivas em suas tomadas de decisão.


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Sabrina Gama

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Quem Somos

Sabrina possui formação superior em Arquivologia pela UNIRIO, com mais de 20 anos de atuação na área de gestão de documentos, mas da metade desse tempo com documentação técnica de engenharia.
Possui grande experiência em projetos de gestão de documentos, implantação de gerenciamento eletrônico de documentos (GED) e processos.


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